quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

POEMA


Sombras aladas pousaram em meus sonhos,
Ergueram-se do solo, deixando para trás
Pernas brancas, vermelhas, amarelas ( tantas pernas)
E ainda olhos insaciáveis, bocas inquietas, mãos exploradoras...
Deixaram também meu rosto no espelho,
Indiferente ao murmúrio do vento e ao apito do trem,
Que já vem, que já vem...
Meus sonhos agora providos de asas
Singraram os ares sem rumo e sem destino,
Ao sabor das marés e dos desejos.
Vestiram-se de nuvens,
Ornaram-se de estrelas,
Perderam a noção do tempo.
Invadiram espaços
E finalmente em êxtase
Estilhaçaram-se em versos:
Criou-se o Poema. 


The return - René Magritte
Google Imagens




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

É CARNAVAL!



Google imagens

A FELICIDADE
Tom Jobim

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim...

A felicidade é como a pluma 
que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leva
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval,
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia 
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta feira.


  Google imagens

A felicidade é como gota de orvalho
Numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor.

A minha felicidade está brilhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos  de amor
Tristeza não tem fim...


"E brinquei, e gritei e fui, vestido de rei
Quarta feira sempre desce o pano..."

Sonho de um carnaval

Chico Buarque de Holanda

Youtube


domingo, 10 de fevereiro de 2013

MEMÓRIA

     O mundo em que vivemos há muito tempo está cheio de lugares nos quais estão presentes imagens que têm a função de trazer alguma coisa à memória. Algumas dessas imagens, como acontece nos cemitérios, nos lembram pessoas que não mais existem. Outras, como nos sacrários ou nos cemitérios de guerra, relacionam a lembrança dos indivíduos à dos grandes eventos ou das grandes tragédias. Outras ainda, como acontece nos monumentos, nos remetem ao passado de nossas histórias, à sua continuidade presumível ou real com o presente. Nos lugares da vida cotidiana, inúmeras imagens nos convidam a comportamentos, nos sugerem coisas, nos exortam aos deveres, nos convidam a fazer, nos impõem proibições, nos solicitam de diversas maneiras.

ROSSI, Paolo. O passado,  a memória , o esquecimento: seis ensaios da  história das idéias. 
Trad. Nilson Moulin. São Paulo: Editora UNESP, 2010





Mãe com filho  morto “Mutter mit toten Sohn”

Käthe Kollwitz
Memorial às vítimas da Guerra e da Tirania
Berlim, 1993.

Seria possível viver sem referências, totalmente ao sabor dos ventos e das marés?


Depois dos temporais
Ivan  Lins e Vitor Martins
Youtube